Pequenas poesias, grandes histórias.

quarta-feira, 1 de maio de 2013

Vã filosofia

Sócrates dizia
"Só sei que nada sei"
Platão descrevia
A trajetória que ele fez.
Aristóteles desmentia
O "ideal" do Platão
Para ele, toda essa teoria
Não passava de ilusão.
Mas nada até então
Dessa vã filosofia
Me faz te esquecer.
Nem Freud explicaria
O que sinto por você.
Quem sabe Shakespeare
Pode me entender?!
É uma pena, mas acho que não...
Só sei que muito mais ajudaria
Se eu tivesse tocando violão
Ao invés de estar escrevendo poesia.

terça-feira, 23 de abril de 2013

Indagação

Meu bem, não se entristeça
A vida é assim mesmo
Mas erga a cabeça
Não se pergunte
Viver? Pra que?
Tente pensar
O que além de viver
Você tem a fazer?
Se você souber,
O que está além da vida
Então prossiga
Com a sua indagação.
Mas se você não sabe
Aquieta teu coração
E espera o sol nascer
Amanhã já é outro dia
Você vai ver...

segunda-feira, 22 de abril de 2013

Luz


 E enfim eles estavam sozinhos e não era proibido. Resolveram assim: ela juntou o que tinha do lado de cá e ele juntou o que tinha do lado de lá, dentro de um pedaço de espaço fechado na turbulência da capital.
  Foi a maior bagunça no começo. Durante o dia, iam trabalhar. E à noite tentavam até arrumar a danada daquela bagunça, mas sempre acabavam rolando pelo chão da sala, enlaçados, já desarrumando o que se tinha arrumado. E após, exaustos e satisfeitos, o tempo que restava era para preparar alguma coisa, algum arroz meio assado e uma carne meio crua pra não passar fome, e antes de dormir, não procurar comida na rua.
  Com um tempo, acabaram conseguindo organizar aqueles trapos, mas pouco adiantava, pois ela, desleixada e desordenada, acabava tirando tudo do lugar e não sabendo onde botava. E ele, sempre seguro e compassado, perdia a cabeça porque não achava coisa alguma naquele tão minúsculo espaço. Então eles constantemente brigavam por causa de uma cama bagunçada, uma roupa amassada, uma pizza queimada e uma lousa mal lavada.
  Mas quando, na noite fria em que a solidão antes sempre se manifestava, naquele pequeno cubículo de espaço, para sua manifestação espaço não restava, pois os dois e o que tinha entre eles sempre o ocupava tornando a noite fria em dia quente até de madrugada. O amor radiava luz: luz que esquentava.